Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Firmamento

Ainda é recorrente
No coração e na mente
Aquela frase inicial
Que se tornou crucial:
Nossa amizade não pode
Ultrapassar nenhum limite
O resultado é a morte
O amor não resiste.
Durante todo este tempo
Folhas jogadas ao vento
Não mudaram a decisão
Foi minha a ilusão.
De um amor tão forte
Encontraria aporte
Para enfrentar a barreira
E, ao final, vencera.
Venceu a minha saudade
E esta dor que me invade
Fica só para o firmamento
Aquele nosso juramento.


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