Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Meu futuro

Queria ter forças para dizer
“Não quero mais saber de ti”
Só Deus sabe o meu sofrer
Quando me isolas aqui.
O telefone não toca
O touchscreen fica mudo
Será que você não se importa?
Ou já esqueceu de TUDO?
Se é para ficar isolado,
Também te isolarei
Ainda que haja amor guardado
Nenhum sentimento demonstrarei.
E que você siga a tua vida
Como já estava escrita
A minha, também seguirei
Meu futuro, escreverei.
E nele não estarás mais
Porque se pra ti “tanto faz”
Fiz de você o meu mundo
Para mim, significas tudo.
Se só em mim tem de doer
E TUDO tenho de suportar
Suportarei até morrer
E só de longe vou te amar.


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