Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Flashes


Pensar em te ter de novo
E sonhar com aquele fogo
Deixou-me cheio de tesão,
Mas, foi TUDO uma ilusão.
Flashes disparados na mente
Pensei que iria ser diferente
Imaginei uma nova ligação;
TUDO não passou de ilusão.
Você permanecerá sumida
Como sumida sempre esteve
Nem se importa com a ferida
Que mim até agora manteve.
Talvez eu nunca tenha sido
Mais que um amor-bandido
Uma mera marca no passado
Apenas para ser relembrado.
Em teus flashes de memória
Faço parte da história
Como sempre você falou:
Parece que nunca rolou.


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