Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Bruma


Fico a te imaginar
Nua, ao se banhar
O barulho do chuveiro
A água no corpo inteiro.
Cristais que deslizam
Mansamente alisam
O teu corpo de mulher
Sinto: você me quer.
Imagens dominam a mente
Nem sei o que você sente
Vejo nuvens de espumas
Chego a ver tua bruma.
Lá fora, o sol a se por
Imagino a silhueta
O corpo arde de amor
E do sonho desperta.
Abro os olhos, nada vejo
Estou a queimar de desejo
TUDO parece tão real
Neste sonho sobrenatural.


Nenhum comentário:

Postar um comentário