Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 12 de janeiro de 2020

Multipolar


A vida é multipolar
Um dia é o amor
Outro dia é a dor
Que devemos suportar.
Cada um tem sua cruz
Como o foi a de Jesus
Que o Pai mandou ao mundo
E nos salva a cada segundo.
Prova de amor maior não há
De o quê, de longe, observar
Alguém que se ama tanto
Sem poder dizer o quanto.
Um turbilhão de sentimentos
Chegam e vão com os ventos
É nós no mesmo lugar
Sem nada poder falar.
A vida parece tão injusta
Nas horas de maior angústia
O que me acalma e conduz
É a fé no mistério da cruz.


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