Chega o dia da eleição. Quem não ia ao fórum, acompanhava a apuração pela rádio A Voz da Cidade, do Floriano. Em casa, ficávamos acompanhando a apuração, de caneta na mão, contando os votos do tio Zé Vieira. Os votos que o papai tinha prometido ao Mundico, eram todos dele.
Terminada a apuração, começam os comentários. Nosso primo Dilson Tamburini, filho do tio Rinchote e da tia Olívia, não deixou de ser gozador até hoje. Todas a vezes que passava lá em casa, tirava um sarro de alguém.
- Paulo Guedes! Paulo Guedes! - ele gritava, à medida que ia entrando na casa. O coitado do Mundico das Melancias ganhou o que a Luzia ganhou na capoeira. Viu a contagem dos votos dele? Parece que o votos dele estavam sendo contados pelo porco.
- Como pelo porco, Dilson?
- Era só hum, hum, hum, hum.
- Rá, rá, rá, rá, rá, rá, ráááááááááááááááá’!
Todo mundo ria a valer quando, na esquina da rua, aprece o Mundico das Melancias, cabisbaixo.
- Parem de rir - gritou o papai - o Mundico vem aí.
Ele se aproximou. Ao ver aquelas quatro lindas crianças, brincando alegremente no terreiro, fez apenas um comentário:
- Fôrum esses os votu qui prometerum pra mim.
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