Por volta das 9h chego à loja do Abdul Rassham. Fui recebido com doces, petiscos libaneses e um tratamento que poderia ser considerado especial, principalmente em virtude de a fama deles ser a de não abrir a mão nem para dar adeus. A entrevista caminha sem problemas, até que entram alguns fregueses na loja.
- Quê desejam minhas brêgueses?
- Estamos só olhando.
- Abroveitem! Olhar ainda nom baga.
Abdul voltou para continuar a entrevista mas não tirava o olho de nenhum dos cantos da loja. Abdul revelava como obteve tanto sucesso, entre um atendimento e outro.
- Ô segredo é atender sempre bem a brêguês. Brêguês meu nom entrar em mim loja sem gombrar. Sempre dou uma jeito. Se nom tenho a produto, sugiro gombrar outra.
- Abdul, tu tem papel higiênico?
Abdul olha para um lado, olha para o outro e não encontra o papel pedido pelo “brêguês”. No meu ouvido, comenta:
- Veja como se atende uma brêguês! E, em voz alta.
- Brêguês amiga. Eu não tenho a papel higiênica. Tá em falta. A batelon nom djegou. Ma leva unas folha de papel da embrulho. Faz a mesma efeito.
- Porquê não oferece papel de embrulho para a tua mãe se limpar. Vá gozar da cara de outro, seu libanês escroto!
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