Contavam os antigos habitantes de Sena Madureira que, no rio Yaco, em todos os locais onde o barranco caía era porque a Cobra Grande estava dormindo. Esses locais eram chamados de salão. Eu sempre pensei que o nome salão era uma sala grande, onde a cobra dormia, embaixo da água. O salão mais famoso ficava em frente da cada da tia Cloé. Lá de cima do barranco, a gente via as catraias como se fossem pequenas folhas, atravessando o rio. Quando o rio secava, ficava, no máximo com dez metros de largura.
Naquele local, do outro lado do rio, tia Cloé possuía um roçado. Ela plantava arroz, feijão, melancias... e outros produtos que davam para garantir a sobrevivência dos seus 15 filhos. Àquela época, quanto mais se tinha filho mais havia quem ajudasse no plantio e na colheita. Toda nossa família, principalmente a da minha mãe, era formada por pessoas humildes e muito pobres.O meu pai, que veio de uma família com mais posses, tocava muito saxofone e era um irreverente pau-d’água. Não perdia uma chance de encher a cara e sair pela cidade.
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