Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 4 de setembro de 2010

En-fim

Ele.



Olha.


Ela.


Desvia o olhar.


Caminhos paralelos.


Ele.


João.


Ela.


Maria.


E a vida continua.


Ele.


Aproxima-se.


Ela.


Distancia-se.


Que correria!


Ele pensa:


“Um dia consigo”.


Ela:


“Que moço chato!”


Prosseguiram.


Ele.


Insiste.


Ela.


Desiste.


Mas não resiste.


- João


- Maria! Eu sabia...


Sim.


Nasce Francisco.


Nasce Raimundo.


É o mundo.

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