Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estudos

- Eu chovo.



Tu choves.


Ele chove.


Nós chovemos.


Vós choveis.


Eles chovem.


-Minha filha, isso não é o verbo chover?


- A senhora tá certa mamãe...


Eu chuvo.


Tu chuves.


Ele chuve.


Nós chuvemos.


Vós chuveis.


Eles chuvem.


- Minha queridinha, você está demais.


- É mesmo mamãe? Veja o que aprendi:


- Abajur, abajus... Rei, reses...


Pá, pára... Vou tirar você da escola.


Por que mamãe?


Precisa responder?


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