Canoas, botes e voadeiras
Desviam das árvores que em
teu leito descem
Remos nas mãos ou um motor
de popa
Capas de chuva pra não
molhar a roupa.
O rio desce, o motor sobe
A correnteza arrasta
barrancos
As águas se enturvam em
redemoinhos
Como em balé rodam barcos
e troncos.
Festa em barranco, chamam
de piseiro
Em ritmo lento, nas águas,
é banzeiro
Todo o cuidado do mundo
ainda é pouco
Se você vai atravessar um
rebojo.
Na dança das águas há
cobras que enganam
Fingem, das árvores, ser
galho seguro
O encantado náufrago
agarra-se nela
Vira presa fácil da enorme
fera.
Na beira dos rios há
sempre um salão
De barranco alto, nem dá
pra escalar
Cuidado, seu moço, com
essa mansidão
É a cobra grande que quer
te encantar.
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