Gosto do ato, quando, de
fato, é uma oferenda
Porque do teu corpo faço
lenda
E entre morros, grutas e
fendas
Enterro flores pra minha
entidade.
Arranco lascas, exploro
tua árvore
E nesses sulcos que nascem
os arbustos
Como teus seios que pulam
do busto
Apontam o caminho da tua
virgem idade.
Deixá-la nua, branquinha,
em pelo
Não é um mero arrancar de
roupas
É ritual, um mantra dos
mais belos
Ao som de harpas e
violoncelos
Deslizo os dedos por entre
as cordas
Como se tocasse cada um
dos teus pelos.
É nesse clima de entrega
total
Que desço as mãos, toco
tuas costas
Roço nos mamilos, chego ao
teu umbigo
O corpo queima inteiro,
como em vendaval
Paro, então, a mão, dobro
os joelhos
Curvo-me diante do altar
real.
Fecho os olhos em transe e
esmero
Beijo cada pétala da flor
divinal.
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