Teu olhar perdido no
horizonte me acalma
Irrompe pelas veias,
adentra a alma
Feito um furação que me
arrasa por dentro
E inoculo cheiros e sons
do universo.
A cósmica poeira une grão
em grão
Dissipadas energias que
vão do chão ao teto
Teu corpo esguio em pose
de guerreira
Sorvo pelas narinas,
sinto-te no tato
Toco os biquinhos de cada
acento
Teus dois montes uivantes
vestem-se de mamilos
Rajadas tomam os corpos em
forma de vento.
Como vinho-tinho em tom de
acetato
Minha língua-serpente
cavalga em tuas crinas
Engulo o líquido quente de
sabor-saliva
Que tua flor emite em cada
pétala viva
Todos os sentidos se
entrelaçam em um
Cheiros, sons e sonhos
viram chons e chonhos
Teu vulto some e volta em
cores e tons.
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